Quer beber alguma coisa?
Fazendo uso de palavras, acentos e sinais de pontuação na tentativa de traduzir os gritos e os sussurros da alma...
8 de março de 2012
SIM, NÓS TEMOS PEITO!
Paridas em dores e de todas as cores.
É assim que somos.
Românticas, às vezes (ou tantas vezes) confusas,
delicadas, mas com couro mais grosso do que qualquer jacaré.
Sabemos muito bem o que é ganhar, perder,
dissecar, florescer,
renascer das cinzas.
Conhecemos muito bem dores, engasgos, retalhos.
O não que vez ou outra teima por dar de frente em nosso caminho.
Somos experimentadas em frios do corpo e da alma,
em estradas de pedregulhos e tapetes de lã,
em fios de doce e ervas amargas.
Sei que Deus e sua natureza
não nos contaram com todas as palavras
os segredos que permeiam esse universo de estrógenos.
Mas descobri – como quem descobre um importante segredo,
que temos no mínimo seis braços,
capazes de cercar e envolver com toda doçura
aqueles a quem queremos bem.
Temos também uma boca enorme, gigantesca,
que (além de funcionar como válvula de escape),
permite-nos os mais sinceros e espontâneos sorrisos.
Sussurros. Ou gritos.
Temos pernas, todas elas,
arrebatadoras, apressadas, dispostas ou até cansadas
que tornam possíveis os passos largos e saltos
constituintes de nossos caminhos.
À imagem e semelhança do Criador,
somos também um tiquinho “onipresentes”.
Estamos na arrumação das casas, na troca das fraldas e nas mamadeiras,
nos jantares quentinhos, na funcionalidade das instituições e empresas,
na academia, nos teatros, nos salões,
pensando o mundo, agregando multidões.
Somos e estamos em tantos lugares!
Neste exato momento, tornando esperanças,
gritando – pode ser com voz até rouca -
que somos, estamos aqui, estamos vivas e vivendo,
rasgando nossas entranhas para trazermos mais um à luz.
E se não rasgamos o ventre, o fazemos por dentro.
De modo sublime.
Tudo pelos aloprados corações que temos,
tão elásticos que nos permitem amar para além dos olhos ou da vista.
Pensando assim é que nos orgulhamos
de cada ponta dupla ou unha quebrada.
É nessa hora que podemos erguer nossos braços, flácidos ou não,
e dizermos com força e leveza:
Sim, nós temos peito!
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